Não penso o dia… deixo-o fluir .
Assim … como uma rosa que abre de leve e murcha ao sol pleno…
Assim . . . como se encolhe ,deslavada e infeliz sobre o granizo que a fere, ou troça cruel quee a deixa em secreto desespero…
Deixo de pensar o dia porque a morte ronda como bafo de angústia a que nem o afecto inquebrantável pode acudir, entrelaçando sombras ocultas em campos de sonhos proibidos…
Vivo o dia ao acaso, numa espécie de tempo sem tempo e que pouco já interessa…
Ainda arrasto um olhar enlevado ao que me rodeia, mas os olhos estão plenos de cansaço e pontos de escuridão…
. . . mas cuido terna e cuidadosamente da minha «Gui» , que tem leucemia, e não me importo de molhar livremente os pés quando rego as plantas do jardim.
. . . assim flui a vida ao meu redor, num sereno desespero oculto e lento que me recuso a encarar, mas dói e incomoda;
e muitas vezes impede o sono;
ou mina o desejo de acordar para o sobressalto do sol em cada dia..
Odeio o marasmo, mas vai-se instalando…displicentemente, muito devagar.
Onde a força para o enfrentar?. . .
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