Trovões que um íbis não reconhece...

Um íbis olha pensaativo o horizonte, talvez preocupado com a chuva que paira como cerrteza breve.

 A natureza parece serena, mas, ao longe, há trovões e raios de luz de quando a quando.  Não os identifica a ave como naturais, escondidos que ficam pela floresta densa.

 O íbiss stá inquieto.

Não  ouve um ribombar de trovoada a que de há muito o seu ouvido fino se habituou.

Não reconhece esses sons tonitruantes, de temerosos que são, e não se atreve a voar por sobre as altas árvores copadas em busca de alimento, ou pela satisfação de uma natural curiosidade.

Pobre ave!... Os homens imitaram sons da natureza  provocando medo uns aos outros por variadas razões que tanto podem contemplar o festejo como as lutas entre si, utilizando engenhos mortíferos que o mundo natural e inocente dos outros bichos  desconhece e estranha...

Mal se aceita que num cenário de carnificina, no meio de cadáveres já enterrados, ou ainda a céu aberto, haja árvores com copas verdes e rosas que ainda florescem.

Indiferente, enquanto pode e não é também mais uma vítima, a natureza cumpre o seu ciclo na martirizada terra da Ucrãnia.