Dos insectos... alguns, apenas










Dizem os que estudam estas coisas que daqui a cem anos os insectos desaparecerão da terra. Todos estes, não em praga, mas uns mais que outros, proliferam no centro das flores e das folhas dos um pouco mais de 400 metros quadrados de solo arável e penedos da nossa quintinha, juntamente com os pássaros, duas ou mais cobras e sardaniscas velozes em verde e castanhos.
O ano passado houve um enxame que passou três dias pendurado no tronco muito jovem de uma cerdeira, duas vespas que fizeram ninho, cada uma em seu sítio, e, já este ano, descobri um outro enterrado na terra. Não me atacam, passo minutos esquecidos a observá-los e a fotografá-los, bebem o pólen das flores, polizam as das árvores de fruto,e desconfio que até lá procriam, mas que fazem amor cauda com cauda ou acavalados um no outro... isso já vi.
 Ao entardecer os grilos iniciam as suas cantilenas e por pouco não me entram em casa. Quando algum deles se lembra de vir para o fresco da casa, agarro-o suavemente e deposito-o sobre uma folha. Se cai de costas, viro-o para não morrer antes do tempo que lhe estaria destinado, pois não se pode voltar e não pode voar nessa posição e em breve as formigas ou as lagartixas dariam conta dele... ou os rabi-ruivos que andam sempre por perto. Comem-me as folhas tenras da hosta, as pétalas das orquídeas e furam os botões de rosa mais tenros de um lado ao outro... Das folhas vulgares encarregam-se mais os saltitões.
Contudo, gosto de toda esta bicharada.. Se se quebra a cadeia alimentar na natureza, nem eles, nem nós sobreviveremos com alguma qualidade neste planeta azul... lindo, mas só quando visto do espaço. 

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