Ouvia a RTP1 e surgiu um artista da minha geração: Fernando Tordo, que em homenagem simples e sincera à memória de Luís Andrade,afirmou que durante o processo do 25 de Abril aquele havia sido injustamente saneado e o cantautor se sentira obrigado a intervir ao assinar uma petição cujo intuito era o de protestar contra um tal desajustado acto. Mais tarde, Luís Andrade procurara-o para lhe agradecer o que, aliás, não era para qualquer agradecimento. Igualmente presente no programa, Simone de Oliveira tudo corroborou.
Acrescentou ainda o artista que eram de lamentar atitudes do género num país em que os políticos continuam de costas voltadas uns para os outros, cavando mais e mais a desgraçada da colectividade a que pertencem e affirmam servir.
Pensei exactamente que, desde o inicio da revolução em curso, fomos assistindo a tantos e tantos destes actos e de me ver perseguida por ter verbalizado um tal sentir ao revoltar-me contra muitas toupeiras iluminadas. Sofri na alma, na pele e nos haveres, causei sofrimento aos meus mais próximos por haver debitado tão modesta opinião - pelo que dei comigo a considerar Fernando Tordo e Simone a subirem incomensuravelmente na minha modesta consideração.
Entretanto, tais episódios serviram para me conservarem apenas viva. Com o tempo, a vontade de lutar contra toupeiras ou galifões foi-se evaporando, ficando apenas a memória da força interior que então tivera... e quase vai levando à loucura gente honrada e de boa fé em face dos inúmeros dislates a que, dia a dia, vamos assistindo.
Sem comentários:
Enviar um comentário